Antônio de Souza Filho
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Lava jato & Coronavírus
 
 “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei?
O Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei?
Salmos: 27;1
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Morrer, por certo todos nós iremos. Todavia, por não sabermos “quando”, isso, não nos abala tanto. Essa onda de incertezas que ora choca todo mundo, põe em evidência alguns aspectos, entre outros, a crença e aquilo que quero dar destaque nesse texto: O comportamento das pessoas ante os flagelos da própria vida.
 
Comecemos pela crença, num pais que é tomado pela fé e entusiasmo cristão, somos por certo um povo crente em Deus, Jesus Cristo, vários Santos e tudo mais, ao ponto de dizer-se "somos uma Pátria Laica", ou seja, com sua Fé você faz o que quiser. Pois muito bem... e cadê essa Fé? Em quem temos crido?! Se ao menor tremor de qualquer natureza, as pessoas correm pra se esconder... Santo Deus, pasmem! As igrejas fecharam as portas, que absurdo! – não é ali que pregam a salvação, a fé em Deus que Ele tudo pode e quando clamardes Ele se mostrará Fiel, então, o que está havendo? - Ok, compreendo, precisamos se prevenir, tomar cuidados, conhecer do problema e se preparar para lidar com ele, mas sem exageros, por favor... na igreja vai quem quer, quem tem Fé de verdade... imagino que Deus está envergonhado desse povo. Notem: isso ocorreu no deserto, lembram quando aquele povo fazia sua travessia, que nada mais é, senão uma grande lição de perseverança e prova de Fé, também notem, o que diz O próprio Jesus Cristo numa de suas lindas mensagens quando ensina a orar, ou seja, estimula a fé, dentre outros versos...”Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” – Mateus: 6;34 – então? Quando vamos seguir verdadeiramente o seu comando?!
 
Há menos de um ano estávamos num atoleiro imenso por fato parecido, obviamente de outra natureza, mas que não deixa de mostrar a mesma lição “comportamento”; o vergonhoso esquema de corrupção na PETROBRAS levou a economia do País a bancarrota e milhares de pessoas, mesmo sem culpa alguma, pagaram a conta com a perda de seus empregos, indo cheirar a miséria e gerando uma crise desenfreada. Tudo isso por conta do exagero. Ora, precisava punir os ladrões responsáveis?! – sim, evidente... de forma exemplar, sim... sem dúvidas, mas não, quebrando o País. Por conta da gana de informar e deter  elevados índices de audiência, a mídia oportunista diz o que quer, julga a sua maneira, sem a menor preocupação com o resultado irresponsável de uma notícia improcedente, acostado a isso a população armada até os dentes com sede de vigança espalha pelas redes sociais, criando um verdadeiro pandemônio de incertezas. O efeito colateral de tudo isso é devastador.
 
O encontro desses dois episódios “LavaJato & Coronavírus” tem um ordenamento a ser melhor compreendido e por conseguinte aplicado, penso: - é o direito de informar, A Constituição reservou à imprensa todo um bloco normativo, com o apropriado nome "Da Comunicação Social" (capítulo V do título VIII). A imprensa como plexo ou conjunto de "atividades" ganha a dimensão de instituição-ideia, de modo a poder influenciar cada pessoa per se e até mesmo formar o que se convencionou chamar de opinião pública. Pelo que ela, Constituição, destinou à imprensa o direito de controlar e revelar as coisas respeitantes à vida do Estado e da própria sociedade. Não nos cabe contrariar tal norma, todavia clamar para que esse direito seja utilizado com a devida responsabilidade, sem interesses políticos servindo a sí próprios. De outro lado com a mesma ordem constitucional, estão os religiosos, supremos em seu mister, mas no nosso ponto de vista, medrosos e covardes quando tiram do povo o direito de orar na casa maior onde Deus está, mesmo a pretexto de protegê-los. Imaginem se fosse o Estado que impusesse tal fechamento?
 
Hoje, temos mais gente doente “pela notícia” do que pelo próprio mal em si, ou seja, essa gripe que muitos dizem ser letal e verdadeiramente é, está matando e entristecendo nosso povo de revés. Imagine o que é estar sem emprego, de onde tirar o seu sustento? Os milhares de trabalhadores autônomos que foram incentivados pelo próprio mercado, hoje estão na pindaíba, os idosos sem poder conviver com seus menores e tantos empresários chorando miséria em suas atividades, até bem pouco, em ritmo de crescimento... e tudo isso por conta de erros no comportamento, das autoridades e dos estudiosos lentos. Ora, se tem um grupo chamado de risco, por que não apartá-los, tão somente e buscar fortalecer o corpo produtivo, que são os jovens em suas capacidades laborais?! Risco todos nós corremos a cada ora, de qualquer natureza, é preciso agir com sabedoria, não com medo.
 
Por fim, há que se invocar para que todos ajam com responsabilidade, a justiça com os devidos sigilos até que se apurem verdadeiramente os fatos e punam-se os culpados, aos presbíteros com mais Fé, a mídia e ao povo em geral já que hoje em dia todos são repórteres, que respeitem a vida e a liberdade dos outros, compartilhando aquilo que realmente faz eficácia, pois do outro lado e reféns de tudo isso está um povo já combalido, precisando viver dignamente.
 
É isso.
 
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Antônio Souza
(Crônicas)
 

www.antonisouzaescritor.com



 
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Antônio Souza
Enviado por Antônio Souza em 23/03/2020
Alterado em 23/03/2020
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