Antônio de Souza Filho
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Quando se perde a ilusão...
(Ensaios)
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Acerca do título acima: parece que o mundo desaba na cabeça da gente, não é mesmo?! Muitas vezes queremos nos punir de alguma forma, por termos sido em algum momento tão ingênuo ou idiota como muitos se autoproclamam. - Abro um parêntese aqui pra lembrar d'um quadro de humor de “Viva o Gordo” exibido na TV Globo há uns tempos atrás; o então personagem de Jô Soares se encantava com algum feito de um político ou ato de alguma figura da vida pública, depois era avisado que aquilo tudo era mentira ou falsidade, então Ele ficava furioso, se mordia todo e expressava as frases mais cômicas que lhe vinham à cabeça; lembro-me d'uma muito engraçada, num desses momentos de fúria, Ele disse assim: - “Ai, como eu me odeio... queria agora ser uma galinha só pra botar um ovo bem grande... enorme”. Obviamente p’ra sentir uma dor horrível lá naquele local dele... rsrsr. Eu, hein!
 
Muito bem, esse é um tipo de ilusão, talvez o mais frequente, que é acreditar nas pessoas, suas promessas e ditos. E isso não é pouco. Porém, a mais penosa é aquela que a gente cria de nós mesmos, em razão do tempo. Na grande maioria das vezes achamos que podemos muita coisa, que somos muito, nisso ou naquilo. Vou exemplar dois outros fatos, o primeiro, embora numa novela o personagem de Antônio Fagundes, havia perdido poderes de um grande executivo e se viu necessitado de andar de ônibus, quando entrou e por acaso estava um tanto vazio, sentou-se na última fileira, cruzou as pernas afrouxou a gravata e reclamou, pensando: - "achava que tinha pelo menos ar condicionado", também se incomodava por não ter ninguém lhe assediando ao menos no olhar; começou então a intrigar-se indagando o que estava ocorrendo com ele naquele instante. – O outro fato, foi comigo mesmo; há um tempo atrás me achava bom de bola, corria bastante e dava trabalho aos zagueiros; algum tempo mais adiante me convidaram para participar num jogo, um tanto improvisado; me equipei entrei em campo com a mesma imaginação de antes; no primeiro lance que me obrigou a correr atrás da bola, foi um desastre, me via correndo velozmente, mas somente eu achava isso, logo me substituíram, estava com um palmo de língua, p’ra fora da boca. rsrsr. – Nesses últimos dias, a Band (TV) anunciou a volta de Fausto Silva (Faustão), após trinta e três anos servindo a Rede Globo; o que houve por lá não sei... o que sei é que provavelmente, estes, não eram os planos do apresentador, também, se a Rede tá quebrando é outra história. ­
 
Sabe o que é isso leitor amigo?! – São as marcas do tempo, e cabe a todos de algum modo vivê-la. – Porém, o que supera a todas essas ilusões, são aquelas que já não podem ter jeito algum, senão considerá-las como desilusões e essas são próprias do campo pessoal a "túnica íntima", e são trabalhadas diretamente na mente das pessoas. Aqueles dois personagens lá de cima, o ator e o jogador de futebol, não viram o tempo passar, não em suas mentes, aquele foi destituído da função por estar velho para exercê-la e o outro por não perceber que seu organismo não era mais o mesmo que sua mente o fazia lembrar. – Como estancar uma velhice, como se manter em forma física o tempo todo?! Não dá, não tem remédio p’ra isso, não é verdade?! E aqui amigo é onde precisamos colocar os "pingos nos is".  
 
– A vida é comum para todos, temos nossa fase de criança, adolescente, jovem e adulto é preciso queimar cada uma de acordo com seu tempo, viver e ensinar a viver cada etapa com tudo que lhe é peculiar, (brincar, estudar, namorar se divertir... e outras mais.), sabendo que o tempo não retroage em benefício de ninguém. Não muito raro, vemos pessoas acometidas por depressão, desânimos e outras mazelas; outras no campo afetivo querendo o que perdeu por falta de observação do tempo; reclamam de amores frustrados e na maioria das vezes culpam a sorte e o destino, quando na verdade perderam a oportunidade de decidir no momento certo, onde havia espaço e força para recomeçar a sua própria vida. Daí vermos tanta gente correndo atrás do prejuízo. Idosos querendo viver a fase de jovens e muitos jovens se aproveitando disso. – “Preparação”, talvez seja o termo correto para evitar certos desconfortos que se transformarão em desilusões, inevitavelmente.
 
Lembrando sempre: ninguém fica no topo eternamente. Então, quando se perde a ilusão, diz o poeta: “deve sepultar o coração...”
 
Abraços.
 
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Antônio Souza
(Ensaios)
 
https://youtu.be/bjg1dKHrxkg
 
www.antoniosouzaescritor.com
Antônio Souza
Enviado por Antônio Souza em 02/05/2021
Alterado em 02/05/2021
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