Podia ser pior!
(Contos/humor)
Rir é importante para a saúde mental, pois libera serotonina e endorfina, substâncias que trazem a sensação de bem-estar, prazer e alegria, diminui o risco de doenças psicossomáticas, como a depressão, ansiedade e estresse”, além de dar as pessoas oportunidade de mostrar seus dentes e quem sabe um belo sorriso. rsrsr
Pois bem, sabendo disso é que procuro me manter bem-humorado. Mas como já disse outra vez por aqui, preciso me controlar porque tem situações e determinados lugares que não cabe riso nem gracinhas, não é mesmo?! Imagino que você concorda comigo. Por exemplo numa cadeira de dentista; não tem como ser gaiato. Por motivos óbvios.
Mas foi exatamente isso que aconteceu comigo num desses últimos dias. Fui a Dentista fazer uma checagem semestral como de praxe. Eu ali procurando relaxar e já pensando naquela maquininha a tal “broca” com seu barulho apavorante; não tardou e a jovem dentista pediu que abrisse a boca e prontamente atendi. O engraçado de certos dentistas é que eles pedem da gente p’ra abrir a boca e não manda fechar enquanto fazem outras coisas e ficamos ali de boca aberta até segunda ordem, isso naquele instante, p’ra mim foi motivo de risos, mas me segurei.
Poucos minutos depois ela se volta e me diz... humm..., precisamos cuidar dessa cárie que está aqui, não é mesmo?! Eu de boca aberta e quase sufocando pensei em responder: - como é que eu vou saber se tem cárie por aí... meu Deus do céu! Continuei de boca aberta, mas querendo rir da minha situação. E aí lá se vem a tal “broca apavorante”, aquele zumbido próximo do meu ouvido me fez tremer de medo. Então comecei a me auto encorajar: - dizendo p’ra mim mesmo: - devo pensar noutras coisas e procurar esquecer que essa broca vai me atormentar. E procurei pensar em coisas engraçadas e alegres, mas tudo que me vinha a mente era aterrorizante. Até pensar corretamente: - devo procurar me lembrar de alguma piada, assim eu me distraio.
Então lembrei-me da história do Valtão:
Valtão perdeu um braço num acidente de carro e ia todo cabisbaixo pela rua, quando viu um outro aleijado, sem os dois braços. O cara ria e pulava, ria e pulava. Valtão comentou admirado:
— Pô, vivendo e aprendendo! Eu tô aqui chateado porque perdi um braço e você, todo feliz sem os dois braços!
Ao que o outro respondeu:
— Feliz, uma ova! Eu quero é coçar o toba e não posso!
Esse pensamento, por mais idiota que tenha sido me fez perder o medo da tal broca e quando menos esperei a dentista já havia terminado o serviço. Aí ri de verdade e contei isso p’ra ela que também riu pra caramba.
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Antônio Souza
(Contos/Humor)